sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Provando a Existência de Deus:

Durante milhares de anos, o homem
tem buscado a prova tangível da
existência de Deus. Ao longo da
história, tem havido momentos onde
a ciência e a fé têm convergido,
frequentemente com efeitos
explosivos. Através desta investigação,
conheceremos as opiniões de físicos
que estão na busca da mítica
"partícula de Deus", que acreditam
ser o componente chave para a
própria vida. Por outro lado, vamos
descobrir os avanços recentes do
cientista Stephen Hawking na possível
explicação da criação da Terra a partir
do Big Bang.

domingo, 26 de agosto de 2012

Intercessão dos Santos, explicada por um EX-PROTESTANTE:


 ‘’ Deus fazia milagres extraordinários por intermédio de Paulo, de modo que lenços e outros panos que tinham tocado o seu corpo eram levados aos enfermos; e afastavam-se deles as doenças e retiravam-se os espíritos malignos’’. (Atos dos Apóstolos 19,11-12)
Nesta passagem Bíblica encontramos a respostas para muitas objeções daqueles que negam a intercessão dos Santos. Vejamos aqui então que Paulo fazia Milagres extraordinários sendo usado por Deus. Quem eram essas pessoas que foram curadas? Elas conheciam Jesus? De fato sabemos que os apóstolos pregavam o nome de Jesus por todos os lugares, assim as pessoas viram neles pessoas mais próximas desse Jesus que curava e libertava eis aqui o motivo dessas pessoas receberem a cura, por mais que elas não conhecessem Jesus de pertinho, elas já tinham dentro de si uma fé que podiam receber a cura por Jesus. A Bíblia nos ensina em João 14,13 que tudo que pedimos em nome de Jesus a Deus nós alcançamos. Então porque aquelas pessoas não levantavam as mãos aos Céus e diziam: ‘’Deus em nome de Jesus me cura!’’?  Porque eles reconheceram que esses homens chamados de apóstolos eram próximos de Jesus. Quando rezo para um Santo interceder por mim, faço como antes as pessoas faziam com os apóstolos. Reconheço neles pessoas mais próximas de Jesus porque já estão num grau de santidade bem mais auto do que o meu que sou muito falho por ainda estar em um corpo carnal que me faz ter tendência a pecar contra a castidade.
 Muitos dizem que somos sim intercessores, mas somente quando estamos vivos, porque quando morremos não podemos fazer mais nada pelos vivos. Quando a Igreja canoniza alguém com o título de Santo intercessor, a Igreja reconhece naquele homem um grande exemplo para os homens seguir, e dar essa autoridade por mérito de Cristo que os Santos possam interceder a Jesus Cristo por nós. Muitos dizem que os santos estão dormindo e estão inconscientes, assim não podem fazer nada por nós. Vejamos a lógica disso tudo... Em Romanos 12,5 a Bíblia ensina que nós formamos um só corpo com Jesus Cristo, ou seja, formamos o corpo do qual Cristo é a cabeça, como podemos ver em Colossenses 1,18. Quando você ver uma pessoa que tem um braço inconsciente o que significa isso? Que essa pessoa tem um defeito físico! Ou seja, parte do corpo dela não funciona! Você acha mesmo que no corpo de Cristo existe uma parte dele que não funciona? Se dissermos que os santos que morreram em Cristo estão inconscientes estamos dizendo que parte do corpo de Cristo está com defeito, porque aquilo que está inconsciente está em estado parecido com o estado de morte, ou seja, incapaz de exercer qualquer função. Como nosso Senhor mesmo disse: ‘’ Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó (Ex 3,6)? Ora, ele não é Deus dos mortos, mas Deus dos vivos’’. (Mateus 22,32)
 A Bíblia diz: ‘’ Porque há um só Deus e há um só mediador entre Deus e os homens: Jesus Cristo, homem’’ (1 Timóteo 2,5).  Para nós Católicos essa passagem nos motiva mais ainda a crer na intercessão dos Santos, porque aqui vemos que Cristo Cabeça do corpo que é a Igreja forma juntamente com todos nós uma só intercessão diante de Deus Pai. Por esse motivo nós podemos dizer Virgem Maria Rogai por nós! Porque dizemos Rogai? Em palavras com mais facilidade de compreender... Virgem Maria reza por nós, pede a teu Filho Jesus Cristo que me dê essa graça...!  Todo o corpo age em conjunto 1Coríntios 12,12-30 fala muito bem disso.
 Nosso Senhor Jesus Cristo sempre quis que nós rezássemos uns pelos outros, quando dizemos São Paulo Rogai por nós reconhecemos que Paulo não é o dono da Graça, mas ele vai me ajudar melhor a chegar até o dono da Graça, por ele está mais próximo de Jesus Cristo, assim como acima já tinha citado o exemplo do povo que iam até os apóstolos. ‘’Confessai os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos outros para serdes curados. A oração do justo tem grande eficácia’’. (Tiago 5,16). Vemos aqui que a oração do justo tem eficácia porque foram homens e mulheres que deram sua vida por Jesus. Não podemos acreditar que após a morte carnal os santos estejam inconscientes, porque não existe nenhuma parte do corpo místico de Cristo sem função. Na carta de Hebreus 9,27 diz: ‘’Como está determinado que os homens morram uma só vez, e logo em seguida vem o juízo’’. Veja que a Bíblia diz LOGO EM SEGUIDA. Como funciona isso? Segundo a doutrina Católica o juízo particular é o momento em que a alma, que se separou do seu corpo imediatamente após sua morte, define se ela vai para o CéuInferno ou Purgatório. Mais concretamente, o juízo particular "é o julgamento de retribuição imediata, que cada um, a partir da morte, recebe de Deus na sua alma imortal, em relação à sua fé e às suas obras" realizadas durante o seu caminho de santificação terrestre. (Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, n. 208)
Esse "juízo" é visto não como uma ação arbitrária de Deus, mas sim uma concessão à alma de ter consciência do que foi a sua vida terrestre. Após essa epifania particular, que é realizada por Cristo, a alma será destinada a estar:
§  No Paraíso (ou Céu), onde é impelida a permanecer junto a Deus. A alma alcança este prémio da salvação só se ela se arrependesse dos seus pecados, aceitasse Deus e o seu amor e estivesse em estado de graça, isto é, sem "manchas" de qualquer pecado;
§  No Purgatório (de acordo com a Teologia da Igreja Católica), que é um estágio de purificação e eliminação das "manchas" de pecado, que são principalmente as penas temporais (conseqüências, o mal realizado) devidas aos pecados veniais ou mortais já perdoados, mas para os quais não foi feita expiação suficiente durante a sua vida. Após a purificação devida, as almas entram imaculadamente no Paraíso;
§  No Inferno, onde é impelida a permanecer longe da presença de Deus. A alma alcança esta condenação definitiva só se ela recusasse livremente Deus e o seu amor, bem como a graça divina da salvação e da santidade.
Juízo Final, aquele que irá reunir toda a humanidade, confirma a sentença efetuada no juízo particular de cada indivíduo. Ocorrerá também a ressurreição final dos mortos, onde todas as almas voltarão a juntar-se com o seu corpo, mas já imortal. Todos os ressuscitados que merecem o Paraíso passarão a viver no Reino de Deus, que também se irá realizar-se plenamente neste momento do fim do mundo e que corresponde aos novos céus e à nova terra prometidos por Jesus.
Alguns protestantes costumam rebater a intercessão dizendo que os mortos não sabem de nada, não tem consciência de coisa alguma, estão dormindo, esperando o julgamento final e que ainda não há ninguém no céu, citam Ecl 9, 5, Sl 115, 17 para confirmar isto. Ora, isto é uma realidade do antigo testamento, antes de Cristo. Já mostrei em Hebreus que após a morte somos julgados. Cristo trouxe uma nova economia, foi pregar aos que estavam na Região dos Mortos desde a criação do mundo até Sua Crucificação ( 1.ª Pd 3, 18-20; 4, 5-6 ). Vencendo a morte levou muitos deles para o Céu ( Sl 68, 19; Ef 4, 8 ) e mesmo assim, ainda no antigo testamento já vemos algumas pessoas que foram para o céu, vejamos:

Henoc:
Gêneses 5, 23. A duração total da vida de Henoc foi de trezentos e sessenta e cinco anos. 24. Henoc andou com Deus e desapareceu, porque Deus o levou.

Elias:
II Reis 2, 1: Eis o que se passou no dia em que o Senhor arrebatou Elias ao céu num turbilhão (…)
E o novo testamento comprova que eles estavam no céu. Apareceram (Elias e Moisés) para Jesus e conversaram com ele conscientemente, sabendo que ele era o Messias, o que estava fazendo e o que iria acontecer com ele. Confira Mt 17,3; Mc 9,4; Lc 9, 28-31.
Ora como Moisés pode aparecer, com corpo glorificado, a Cristo? No Antigo Testamento não é relatado que Moisés morreu e foi sepultado?
É simples, o corpo de Moisés foi levado por Miguel para o céu, Judas atesta:
Judas 9. ‘’Ora, quando o arcanjo Miguel discutia com o demônio e lhe disputava o corpo de Moisés, não ousou fulminar contra ele uma sentença de execração, mas disse somente: Que o próprio Senhor te repreenda!’’
 Veja também: ‘’Quando recebeu o livro, os quatro Animais e os vinte e quatro Anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo cada um uma cítara e taças de ouro cheias de perfume (que são as orações dos santos)’’. (Apocalipse 5,8) Vendo mais afundo esta passagem podemos perceber a intercessão também dos anjos que levam nossas orações a Deus, mas porque levar a Deus? Ele não é onipresente, onisciente e onipotente? Ele não pode escutar todas as pessoas ao mesmo tempo? Então porque que precisamos dos anjos, se como os protestantes dizem: Só há um só mediador? Temos que ver que Jesus age através também dos anjos, eles também são nossos intercessores. Um grande exemplo disso vamos ver agora nas Sagradas escrituras a intercessão de São Miguel Arcanjo:
 ‘’O chefe do reino persa resistiu-me durante vinte e um dias; porém Miguel, um dos principais chefes, veio em meu socorro. Permaneci assim ao lado dos reis da Pérsia’’. (Daniel 10,13)
‘’Contra esses adversários não há ninguém que me defenda a não ser Miguel, vosso chefe’’. (Daniel 10,22)
 Podemos ver aqui o quanto o profeta Daniel amava São Miguel Arcanjo, ao ponto de dizer que: ‘’não há ninguém que me defenda a não ser Miguel’’. Ainda diz que: ‘’ porém Miguel, um dos principais chefes, veio em meu socorro’’. Se formos pensar como os protestantes, Daniel estava idolatrando Miguel! Veja o que o protestantismo diz: ‘’Se tenho um Deus que tudo pode fazer por mim, porque preciso de Miguel? Deus é onipotente, Ele pode me defender sem nenhum problema. Nossa resposta está ai na Bíblia, o próprio profeta nos mostra que confiar nos anjos não é errado, honrar os anjos não é errado. Não significa Idolatria! Deus age através dos anjos e Santos, todos fazem parte do corpo Místico de Cristo também.
 Vejamos outras passagens:
‘’Houve uma batalha no céu. Miguel e seus anjos tiveram de combater o Dragão. O Dragão e seus anjos travaram combate, mas não prevaleceram. E já não houve lugar no céu para eles. Foi então precipitado o grande Dragão, a primitiva Serpente, chamado Demônio e Satanás, o sedutor do mundo inteiro. Foi precipitado na terra, e com ele os seus anjos’’. (Apocalipse 12, 7-9).
 Agora pergunto aos protestantes... Porque que foi Miguel que combateu com o Dragão? Porque que o próprio Deus não fez isso? Nossa resposta pra isso, mais uma vez, digo e repito: ‘’DEUS AGE ATRAVÉS DOS ANJOS E DOS SANTOS!’’. Ver em um anjo uma proteção, e honrar-los não significa idolatria!
  ‘’Ora, quando o arcanjo Miguel discutia com o demônio e lhe disputava o corpo de Moisés, não ousou fulminar contra ele uma sentença de execração, mas disse somente: Que o próprio Senhor te repreenda!’’ (Judas 1,9)
 Aqui está o maior exemplo da intercessão, nesta passagem vemos que Miguel discutia com o demônio e lhe disputava o corpo de Moisés, ou seja, Miguel protegeu Moisés das garras do demônio. Mais na frente vemos que Miguel repreendeu o demônio dizendo: ‘’ Que o próprio Senhor te repreenda!’’ É dessa mesma maneira que os Santos fazem, nos defende em nome de Jesus. Se formos pensar como os protestantes, não havia necessidade de ser Miguel que estivesse ali protegendo Moisés. Para os protestantes se eu chamar Miguel de príncipe e protetor eu estaria adorando ele. Isso é uma grande ignorância dos protestantes, porque estão ai vários exemplos de interseção.  E quando Miguel protegeu Daniel ele não precisou ser Onipresente para saber que Daniel estava precisando de proteção.
‘’Objeção PROTESTANTE: os santos não podem ouvir as orações dos que estão na terra porque não são oniscientes e nem onipresentes’’.

Resposta: São Paulo nos ensina que a Igreja é o corpo de Cristo. Desta forma, os que estão unidos a Cristo através de seu ingresso na Igreja, são membros do Seu corpo. Isso quer dizer que tantos nós que estamos na terra, como os que já morreram na amizade do Senhor, todos somos membros do Corpo Místico de Cristo, onde Ele é a cabeça. Vejam:
·                     São Paulo ensina que a Igreja é corpo de Cristo: “Agora me alegro nos sofrimentos suportados por vós. O que falta às tribulações de Cristo, completo na minha carne, por seu corpo que é a Igreja.” (Col 1,24)
·                     São Paulo ensina que somos membros do corpo de Cristo e por isto os cristãos estamos ligados uns aos outros: “assim nós, embora sejamos muitos, formamos um só corpo em Cristo, e cada um de nós é membro um do outro.” (Rom 12,5)
·                     São Paulo ensina que Cristo é a cabeça do seu corpo que é a Igreja: “Ele é a Cabeça do corpo, da Igreja.” (Col 1,18)
Isso quer dizer que nós e os santos (que estão na presença de Deus) estamos ligados, pois somos membros de um mesmo corpo, o corpo de Cristo, que é a Igreja.
Assim como minha mão direita não pode se comunicar com a esquerda sem que esse comando tenha sido coordenado pela minha cabeça (caso contrário seria um movimento involuntário), da mesma forma, no Corpo de Cristo os membros não podem se comunicar sem que essa comunicação aconteça através da cabeça que é Cristo. Desta forma, quando nós pedimos para que os santos intercedam por nós junto a Deus (comunicação de um membro com o outro no corpo de Cristo), isso acontece através de Cristo. Assim como a nossa cabeça pode coordenar movimentos simultâneos entre os vários membros de nosso corpo, Cristo que é a cabeça da Igreja e é onisciente e onipresente possibilita a comunicação entre os membros do Seu corpo.
Por tanto, a falta de onipresença e onisciência dos santos não apresenta qualquer impedimento para que eles conheçam ou recebam nossos pedidos e então possam interceder por nós junto a Deus.

 Honrar um santo só se torna Idolatria SE eu conhecer ele como o meu Deus, e que ele é o Todo poderoso, e que ele é o Senhor dos Senhores e o Rei dos Reis, ou seja, só se torna Idolatria quando honro alguém como um Deus todo poderoso e coloco-o acima de tudo.
 Não vemos em um santo ou em um anjo um Deus, vemos neles uma ajuda a chegar até Deus, assim como vimos em todo esse documento que acabamos de ler varias passagens que provam isso.
 Desejo que Deus abençoe todos vocês e que os Santos e os Anjos do Senhor possam interceder por cada um de nós todos os dias. Espero que tenham gostado, mando um grande abraço para todos vocês que leram este texto que fiz com a inspiração do Espírito Santo. Amém!

 Escrito por: Daniel Silveira Fonteles Linhares. Dia: 26 de agosto de 2012.
  Qualquer coisa Email de contato: danielsfshalom@hotmail.com

 Sou muito grato a Deus por ser EX-protestante e hoje defender a verdadeira doutrina!

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

A Bíblia qualifica a Igreja como Coluna e Fundamento da Verdade:


É muito interessante que em 1 Tm 3,15 vemos não a Bíblia, mas a Igreja - isto é, a comunidade viva de crentes fundada sob Pedro e os apóstolos e mantida pelos seus sucessores - sendo chamada de coluna e fundamento da verdade. Claramente esta passagem de modo algum significa diminuir a importância da Bíblia, mas sua intenção é de mostrar que Jesus Cristo de fato estabeleceu um magistério autorizado que foi enviado a ensinar todas as nações (cf. Mt 28,19) Em outro lugar esta mesma Igreja recebeu de Cristo a promessa de que os portões do inferno não prevaleceriam contra ela (cf. Mt 16,18), pois Ele sempre estaria presente (cf. Mt 28,20) e enviaria o Espírito Santo para ensiná-la todas as verdades (cf. Jo 16,13). Ao chefe visível de sua Igreja, São Pedro, Nosso Senhor disse: “Te darei as chaves do Reino dos Céus. Tudo que ligares na terra será ligado no céu; e tudo que desligares na terra será desligado no céu” (Mt 16,19). É evidente a partir destas passagens que Nosso Senhor enfatiza a autoridade de Sua Igreja e a norma que deveria seguir para salvaguardar e definir o Depósito da Fé.

Também é evidente destas passagens que esta mesma Igreja seria infalível, pois se em algum lugar de sua história a Igreja ensinou o erro em matéria de fé e moral - ainda que temporariamente - cessaria de ser coluna e fundamento da verdade. Pelo fato de todo fundamento existir para ser firme e permanente, e de que as passagens acima não permitem a possibilidade da Igreja ensinar algo contrário à reta fé e moral, a única conclusão plausível é que Nosso Senhor foi muito preciso em estabelecer a sua infalibilidade quando chamou-a de coluna e fundamento da verdade.

O protestante, entretanto, vê aqui um dilema quando afirma que a Bíblia é a única regra de fé para os crentes. Qual a capacidade, então, da Igreja - coluna e fundamento da verdade - se não deve servir para estabelecer autoridade alguma? Como a Igreja pode ser coluna e fundamento da verdade se não é palpável, habitualmente prática para servir como autoridade na vida do cristão? O protestante efetivamente nega que a Igreja seja o fundamento da verdade por negar que ela possua qualquer autoridade para ensinar.

Além disso, os protestantes entendem o termo Igreja como sendo algo diferente do que entende a Igreja Católica. Os protestantes vêem a igreja como uma entidade invisível, e para eles ela é a coletividade de todos os cristãos ao redor do mundo unidos na fé em Cristo, apesar das grandes variações nas doutrinas e alianças denominacionais. Os católicos, por outro lado, entendem que não somente os cristãos unidos na fé em Cristo formam seu corpo místico, mas entendemos simultaneamente que esta seja - e somente uma - a única organização que possa traçar uma linha ininterrupta até os próprios apóstolos: a Igreja Católica. É esta Igreja e somente esta Igreja que foi estabelecida por Cristo e que tem mantido uma consistência absoluta em doutrina através de sua existência, e, portanto, é somente esta Igreja que pode requerer ser a coluna e fundamento da verdade.

O protestantismo, por comparação, tem conhecido história de fortes vacilos e mudanças doutrinárias, e nem mesmo duas denominações concordam entre si completamente - mesmo quanto a doutrinas importantes. Tais mudanças e alterações não permitem que sejam consideradas fundamento da verdade. Quando os fundamentos de uma estrutura alteram-se ou são dispostos inapropriadamente, este mesmo fundamento é fraco e sem suporte firme (Mt 7,26-27). Pelo fato de o protestantismo ter experimentado mudanças tanto intradenominacional quanto entre as diversas denominações que surgem continuamente, estas crenças são como uma fundação que muda constantemente. Tais credos então cessam de prover o suporte necessário para manter a estrutura que sustentam, e a integridade dessa estrutura fica comprometida. Nosso Senhor claramente não pretendeu que seus discípulos e seguidores construíssem suas casas espirituais em tal fundamento instável.
Fragmentos da obra "Scripture Alone? 21 Reasons to reject Sola Scriptura" de Joel Peters, traduzido e editado em português pelo Apostolado Veritatis Splendor na forma de ebook com o título "Somente a Escritura?". Tradução de Rondinelly Ribeiro Rosa. Pgs 18-19.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Inquisição- A História não contada!


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Aproveitem ao máximo as informações contidas nessa compilação desse tema tão polêmico. 
Santa Igreja © 2010 
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As nossas fontes nesse trabalho foram :
Rino Cammilieri , La Vera Storia dell´Inquisizione, Piemme, Casale Monferrato, 2001;
Michel de Roquebert, Histoire de Cathares, Hérésie, Croisade, Inquisition du XI au XIV siècle, Perrin, Paris, 199;
João Bernardino Gonzaga: A Inquisição em Seu Mundo, Saraiva;
Manual do Inquisidor escrito por Bernard Guy;
La Vera Storia dell´Inquisizione;
Histoire de l´ Inquisition au Moyen Âge de Jean Guiraud ( Ed Auguste Picard, Paris , 2 volumes, 1935).
La Vera Storia dell Inquisizione , Rino Camilleri , Editora Piemme, Casale Monferrato.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

A Necessidade da Igreja Católica


A alma humana é sedenta de um bem absoluto. Um bem que não pode ser tirado, um bem que não é perecível, um bem já adquirido. Por isto nada do que é material satisfaz o homem.

O homem tem sede de infinito. Um ser finito ter sede do infinito é como uma formiga desejar beber todo o oceano. Uma formiga por sua natureza não deseja beber toda a água do oceano. Somente os animais, os insetos, os vermes é que se contentam com a matéria. Isto mostra que o homem vive para alcançar um objetivo sobrenatural.
O homem possui duas faculdades principais, que são a inteligência e a vontade.

Inteligência sedenta da Verdade Plena
Falemos primeiro da inteligência: qual é o objetivo da inteligência? Seu objetivo é conhecer.
O homem durante anos e até mesmo séculos estudou profundamente. Seus estudos abrangram deste o átomo até os astros do universo. Mas, mesmo depois disto tudo ele ainda continua insaciado. Ele não pode parar, pois, pará-lo antes de atingir o infinito é frustrá-lo.
A inteligência tem sede de luz infinita, de certeza plena, embora seja finita e limitada. Por isto, a única coisa que pode saciar a inteligência humana é a Verdade. Deus o criou para conhecê-la.
A inteligência humana tem sede de verdades eternas, imutáveis. Possui sede de princípios sólidos e constantes. E somente a Verdade é imutável, eterna, sólida e constante; e a Verdade é Deus. Por isto é que a fé, e não a ciência, é que pode dar ao homem esse conhecimento pelo, absoluto, isento de dúvida.

Vontade sedenta do Amor Pleno
Lembrememo-nos da vontade, a outra faculdade básica do homem, que é a capacidade de querer, de amar. O objeto desta faculdade é o bem, o amor.
Enquanto a inteligência busca a certeza plena, a vontade busca a felicidade plena, absoluta, imperecível. Por isto, não se satisfaz com o bem relativo, passageiro, perecível. Estes bens podem até encantar, mas conquistados, mostram-se insuficientes para saciar a sede da vontade humana. Somente o amor, que dá a posse de Deus, Bem Pleno e Absoluto, pode satisfazer a vontade humana
Aquilo que é constante faz parte da natureza. Ao observarmos as formigas sempre trabalhando, dizemos que elas são trabalhadoras; ao observarmos os pássaros voando, dizemos que são voadores. Ao vermos as pessoas falando, dizemos que falar faz parte da natureza humana. O mesmo acontece com a religião, que é uma constante na história da humanidade, em todas as nações e em todas as épocas. Por isto, a sede de Deus faz parte da natureza humana. Negar o desejo de se alcançar Deus é agir contra a própria natureza do homem.
Assim como uma mulher que se utiliza de meios anticoncepcionais está agindo contra a natureza, o ateu ao negar a concepção de Deus em seu coração, também faz o mesmo.
Uma constante na natureza dos seres criados é desejo de se alimentar. Seria muito estranho que Deus nos tivesse criado com o desejo pelo alimento, sem nos dar meios de nos alimentar. Deus nos criou dependentes de algumas coisas; mas de coisas que existem, que estão ao nosso alcance. Da mesma forma não poderia ter criado o homem com sede Verdade e Felicidade Plenas, se elas não estivessem ao seu alcance.

O Alcance da Verdade Plena
Portanto, Deus oferece ao homem meios de alcançar o que por sua natureza tanto deseja. Mas embora por nossa limitação possamos alcançar as coisas que dependemos (alimentos, educação, moradia e etc), a inteligência humana não é capaz de conhecer sozinha a Verdade que está acima dela. Pode apenas vislumbrar siluetas da Verdade Absoluta, como fizeram os grandes pensadores pagãos.
Assim como um pai dá a seu filho um brinquedo desejado que não está a seu alcance, Deus dá ao homem o conhecimento da Verdade, através de Sua Revelação Divina. Esta Revelação Divina é transmitida por um meio oral e outro escrito. 
A Sagrada Escritura, por ser veículo da Revelação Divina por meio escrito, está sujeita a diversas e contraditórias interpretações. Embora Deus queira anunciar a Verdade também através dela, nela Sua Mensagem está envolvida em mistério, para que os infiéis não a profanem. Por isto, a Sagrada Escritura em si, não é suficiente para a posse da Verdade Absoluta e Plena.
Também a Tradição, veículo oral da Revelação Divina, também sozinha não pode levar ao homem o conhecimento da Verdade, pois com o passar do tempo, seu conteúdo poderia ser modificado como se fosse um telefone sem fio.
Portanto, não bastava a Deus Revelar a Verdade ao Homem, sem que lhe desse meios de manter a integridade de Sua Revelação e meios de transmití-la de forma correta.
Por isto, Ele deu ao homem um Magistério que lhe desse essas garantias. Este Magistério iniciou-se com os Judeus, sob a liderança de Moisés e em nossos dias é a Igreja Católica que o representa sob a liderança do Papa (1). Por isto a Igreja é necessária para que o homem tenha posse da Verdade, objeto da inteligência (2).

O Alcance do Amor Absoluto
Por suas limitações o homem não é capaz de alcançar e manter o Amor Absoluto (Sumo Bem), indispensável à sua vontade. Assim como um recipiente sujo compromete a pureza do líquido que armazena, o homem falho compromete a manutenção do Amor em sua plenitude.
Somente a Graça de Deus dá capacidade ao homem de encontrar e manter o Amor Pleno. Por este motivo é que os Sacramento da Igreja são necessários, pois eles são fontes da graça de Deus, que nos auxiliam na santificação. os sacramentos são ações visíveis de uma graça invisível. Por exemplo: o ato que o sacerdote faz ao aspergir água sobre a cabeça de uma criança, é o um ato visível que por detrás dele está a ação invisível do Espírito Santo na regeneração da criança.

Ao Encontro da Verdadeira Igreja
Por este motivo a Igreja é necessária, pois é através dela que temos o conhecimento da Verdade, que tanto nossa inteligência almeja. Por isto São Paulo escreveu a Timóteo: "A Igreja é a Coluna e o Fundamento da Verdade" (1Tm 3:15).
E também é através da Igreja que recebemos os Sacramentos, que nos auxiliam a alcançar e manter o Amor Pleno. Por isto a Igreja tem que ser visível para que o homem a encontre e tenha posse de Deus. Mas, a visibilidade da Igreja não está em seus prédios, mas sim, em sua estrutura hierárquia, instituída por Nosso Senhor Jesus Cristo. Fora deste edifício divinamente instituído, não há Igreja. Esta é a característica que Deus nos deu para sabermos se estamos na Igreja Verdadeira: a Igreja deve ter origem apostólica.
Possuir origem apostólica não é crer no que os apóstolos criam, mas sim ter sido gerada através da sucessão regular dos apóstolos, e manter a unidade com a hierarquia. Da mesma forma como não podemos dizer que uma criança é da família "Lima" sem ter sido gerada por esta família, não podemos afirmar que uma igreja é apostólica, sem ter sido gerada através da sucessão regular dos apóstolos e sem manter a unidade com a hierarquia da Igreja.

domingo, 19 de agosto de 2012

O Purgatório nas Sagradas Escrituras


O PURGATÓRIO NAS SAGRADAS ESCRITURAS
A Palavra de Deus nos ensina que somente aqueles que estão puros, ou seja justificados, podem herdar a vida eterna e consequentemente terem acesso à visão beatífica de Deus ( Sl 14 ; Hb 12, 22-23 ; Mt 5,8 ). Infelizmente, também é verdade, pouquíssimos cristãos partem desta vida totalmente reconciliados com Deus e com os irmãos. O Senhor vem então, em socorro de nossas fraquezas, com sua misericórdia, permitindo que aqueles que estão destinados ao céu, ou seja que procuraram pautar suas vidas pela mensagem e vivência evangélica, mas que ainda carregam em si algumas imperfeições e pecados possam ser purificados, de algum modo, após a morte. O purgatório é portanto, uma exigência da razão e mesmo da caridade de Deus por nós. Hoje, infelizmente, muitos negam a realidade do purgatório, afirmando que o mesmo não se encontra na Bíblia. O termo “purgatório” não existe na Bíblia, mas a realidade, o conceito doutrinário deste lugar de purificação existe. Examinemos:
“Todo o que tiver falado contra o Filho do homem será perdoado. Se, porém, falar contra o Espírito Santo, não alcançará perdão nem neste mundo, nem no mundo vindouro.” ( Mt 12, 32).
O pecado contra o Espírito Santo, ou seja a pessoa que recusa de todas as maneiras os caminhos da salvação, não será perdoado nem neste mundo, nem no mundo futuro. Acena o Senhor Jesus neste trecho implicitamente, que há pecados que serão perdoados no mundo futuro, i. é após a morte. Ver também Mc 3, 29;
“Mas, se o tal administrador imaginar consigo: ‘Meu senhor tardará a vir’. E começar a espancar os servos e as servas, a comer, a beber e a embriagar-se, o senhor daquele servo virá no dia em que não o esperar (…) e o mandará ao destino dos infiéis. O servo que, apesar de conhecer a vontade de seu senhor, nada preparou e lhe desobedeceu será açoitado com numerosos golpes. Mas aquele que, ignorando a vontade de seu senhor, fizer coisas repreensíveis será açoitado com poucos golpes. Porque, a quem muito se deu, muito se exigirá. Quanto mais se confiar a alguém mais se há de exigir.” ( Lc 12, 45-48).
Nesta parábola o administrador é o ministro da Igreja ( quatro versículos acima Pedro pergunta ao mestre: “Senhor é para nós que estás contando esta parábola?” Ao que Jesus responde: “Qual é então Pedro, o administrador fiel que o Senhor constituirá sobre todo o seu pessoal?”). Pois bem, o ministro de Deus que for infiel, receberá a visita do seu senhor “no dia em que não o esperar” (dia de sua morte). E o Senhor o “mandará ao destino dos infiéis” ( inferno ). Porém a parábola acena que haverá outros tipos de administradores, e outros tipos de destino. Aquele que conhece a vontade de Deus mas não se preparou como convinha para a sua volta, será açoitado “com numerosos golpes”. Aquele que ignora a vontade de seu Senhor, e fizer coisas repreensíveis será açoitado com “poucos golpes”. Portanto após a morte dos administradores da casa de Deus, uns serão condenados ao inferno, outros serão punidos, uns mais, outros menos, conforme o merecimento de cada um, mas não compartilharão o “destino dos infiéis”. Após a morte, portanto, haverá de haver algum lugar ou “estado” onde os administradores pouco fiéis haverão de ser purificados.
“Ora , quando fores com o teu adversário ao magistrado, faze o possível para entrar em acordo com ele pelo caminho, a fim de que ele não te arraste ao juiz, e o juiz te entregue ao executor, e o executor te ponha na prisão. Digo-te: não sairás dali, até pagares o último centavo.”( Lc, 12, 58-59).
Nesta parábola o Senhor Jesus ensina que, enquanto estivermos nesta vida devemos ter sempre uma atitude de reconciliação com os nossos irmãos de caminhada. Devemos sempre entrar “em acordo” com o próximo, pois caso contrário, ao fim da vida seremos entregues ao juíz ( Deus ), que por sua vez nos entregará ao executor ( seu anjo ) e este nos colocará na prisão ( purgatório), dali não sairemos até termos pago à justiça divina toda nossa dívida, “até o último centavo”. Mas um dia haveremos de sair. A condenação neste caso não é eterna. Ver também Mt 5, 21-26 e 18, 23-35.
“Eu porém vos digo: todo aquele que se encolerizar contra o seu irmão terá de responder no tribunal. Aquele que chamar a seu irmão: ‘cretino’, estará sujeito ao julgamento do Sinédrio. Aquele que lhe chamar: ‘louco’, terá de responder na geena de fogo (…) Assume logo uma atitude reconciliadora com o teu adversário, enquanto estás a caminho, para não acontecer que o adversário te entregue ao juiz e o juiz ao oficial de justiça e, assim, sejas lançado na prisão. Em verdade te digo: dali não sairás, enquanto não pagares o último centavo” ( Mt 5,22.25-26).
Jesus nos ensina que a ira contra nossos irmãos e as ofensas que a eles fizermos, merecem toda a reprovação por parte do Pai celeste. Ao chamarmos nosso irmão de “louco” teremos de responder na geena de fogo. O fogo sempre foi, em todos os tempos, e também na Bíblia um símbolo de purificação. Evidente que ninguém é condenado ao inferno para todo o sempre, somente porque chamou o seu próximo de “louco” ( senão todos estaríamos condenados ). A chave deste ensinamento, se encontra na conclusão deste discurso de Jesus: serás lançado na prisão ( nesta “geena de fogo” ), e dali não se sai “enquanto não pagar o último centavo”.
“Quanto ao fundamento, ninguém, pode pôr outro diverso daquele que já foi posto: Jesus Cristo. Agora, se alguém edifica sobre este fundamento, com ouro, ou com prata, ou com pedras preciosas, com madeira, ou com feno, ou com palha, a obra de cada um aparecerá. O dia ( do julgamento ) demonstra-lo-á. Será descoberto pelo fogo; o fogo provará o que vale o trabalho de cada um. Se a construção resistir, o construtor receberá a recompensa. Se pegar fogo, arcará com os danos. Ele será salvo, porém passando de alguma maneira através do fogo”( I Cor 3, 10-15).
Paulo fala dos pregadores do Evangelho, que haveriam de edificar a Igreja sobre os alicerces lançados por ele durante suas viagens missionárias. Uns edificariam com muito zelo ( com ouro, prata e pedras preciosas), outros seriam porém, pouco zelosos ( edificando com madeira ), outros seriam negligentes ( edificando a Igreja com feno ou palha ). De qualquer forma o “dia do Julgamento” demonstraria o que “vale o trabalho de cada um”. Se a construção resistir, isto é se o ministro edificou com amor : “o construtor receberá a recompensa”. Se o ministro foi pouco zeloso pela Igreja : “arcará com os danos”. Porém ele será salvo apesar de tudo. Como? Sendo purificado, ou seja, “passando de alguma maneira através do fogo”, isto é, após o dia do julgamento particular, alguns ministros de Deus deverão ser purificados devido ao pouco zelo com as coisas da Igreja de Deus.
“Pois também Cristo morreu uma vez pelos nossos pecados(…) padeceu a morte em sua carne, mas foi vivificado quanto ao espírito. É neste mesmo espírito que ele foi pregar aos espíritos que eram detidos na prisão, aqueles que outrora, nos dias de Noé, tinham sido rebeldes (…) Por isto foi o Evangelho pregado também aos mortos; para que, embora sejam condenados em sua humanidade de carne, vivam segundo Deus quanto ao espírito.” ( I Pe 3, 18-19 ; 4, 6 )
Esta “prisão” ou “limbo dos antepassados”, onde os espíritos dos antigos estavam presos, e onde Jesus Cristo foi pregar durante o Sábado Santo, é figura do purgatório. Com efeito, o texto menciona que Cristo foi pregar “aqueles que outrora, nos dias de Noé, tinham sido rebeldes”. Temos portanto um lugar onde as almas dos antepassados aguardavam a salvação. Não é um lugar de tormento eterno, portanto não é o inferno. Não é um lugar de alegria eterna na presença de Deus, portanto ainda não é o céu. Mas é um lugar onde os espíritos aguardavam a salvação. Salvação e purificação comunicada pelo próprio Cristo. Por isto declara o apóstolo foi o “Evangelho pregado também aos mortos(…) para que vivam segundo Deus quanto ao espírito”.
“De outra maneira, que intentam aqueles que se batizam em favor dos mortos ? Se os mortos realmente não ressuscitam, por que se batizam por eles? ” ( I Cor 15,29 )
Paulo cita aqui, uma prática cuja índole na verdade desconhecemos. Segundo alguns estudiosos, os primeiros cristãos preocupados com a sorte eterna de seus pais ou avós que não haviam conhecido o Evangelho, e consequentemente não puderam ser batizados, praticavam algum rito ou oração para que seus parentes ganhassem de alguma forma a salvação, “batizando-se” em lugar deles. O apóstolo Paulo não condena este “batismo” pelos falecidos , antes, lança mão justamente dele como argumento precioso da fé dos cristãos na ressurreição geral dos mortos. De fato, esta prática demonstra a preocupação dos primeiros cristãos com relação à salvação de seus pais, antepassados e amigos, traduzida em algum rito ou oração pelos mortos, por nós hoje desconhecida. A oração pelos mortos aliás, era uma prática constante entre os primeiros cristãos, como atestam ainda hoje inscrições em numerosos túmulos e arcas funerárias cristãs daqueles primeiros tempos.
“Em seguida, fez uma coleta, enviando a Jerusalém cerca de dez mil dracmas, para que se oferecesse um sacrifício pelos pecados: belo e santo modo de agir, decorrente de sua crença na ressurreição, porque, se ele não julgasse que os mortos ressuscitariam, teria sido vão e supérfluo rezar por eles. Mas, se ele acreditava que uma bela recompensa aguarda os que morrem piedosamente, era esse um bom e religioso pensamento; eis porque ele pediu um sacrifício expiatório para que os mortos fossem livres de suas faltas” ( II Mac 12, 43-46)
O general Judas Macabeu ( 160 AC ), herói do povo judeu, faz uma grande coleta e a envia para Jerusalém, para que os sacerdotes ofereçam um sacrifício de expiação pelos pecados de alguns soldados mortos. Fica claro no texto que os judeus oravam pelos seus mortos e por eles ofereciam sacrifícios. Fica claro também que os sacerdotes hebreus já naquele tempo aceitavam e ofereciam sacrifícios em expiação dos pecados dos falecidos. E que esta prática estava apoiada sobre a crença na ressurreição dos mortos. Subentende este texto que as almas dos soldados mortos, estavam em algum local ou “estado” de purificação, pois se estivessem nos céus, as oração dos vivos eram desnecessárias, e se, por outro lado estivessem no inferno, toda oração seria inútil. E como o livro dos Macabeus pertence ao cânon dos livros inspirados, aqui também está uma base bíblica p

sábado, 18 de agosto de 2012

O que são as seitas protestantes?


O protestantismo negando tanto a Tradição quanto o Magistério sofre desde os seus primórdios uma desintegração doutrinária assombrosa. Onde Cristo fundou a Igreja Católica sobre a Rocha, Lutero e Cia fundaram a igreja Evangélica sobre a areia movediça da sola scriptura e do livre exame. E logo nas primeiras ventanias, pôs-se a casa dos reformadores a desabar fragorosamente: tábuas lançadas aqui e ali, telha lá e acolá, junturas e cacos em todas as direções.


Vejamos como no princípio deste século, o Reverendíssimo Pe. Leonel Franca já chamava a atenção para este fato, descrevendo lucidamente o processo de desagregação doutrinária do protestantismo, baseado no método da sola scriptura e do livre exame: "Na nova seita (protestantismo) não há autoridade, não há unidade, não há magistério de fé. Cada sectário recebe um livro que o livreiro lhe diz ser inspirado e ele devotamente o crê sem o poder demonstrar; lê-o, entende-o como pode, enuncia um símbolo, formula uma moral e a toda esta mais ou menos indigesta elaboração individual chama cristianismo evangélico. O vizinho repete na mesma ordem as mesmas operações e chega a conclusões dogmáticas e morais diametralmente opostas. Não importa; são irmãos, são protestantes evangélicos, são cristãos, partiram ambos da Bíblia, ambos forjaram com o mesmo esforço o seu cristianismo" ( In I.R.C. Pg. 212 , 7ª ed.).
Vejamos alguns exemplos práticos: um fiel evangélico quer mudar de seita? Precisa-se rebatizar? Umas igrejas dizem sim, outras não. Umas admitem o batismo de crianças, outras só de adultos, umas admitem a aspersão, infusão e imersão. Aquela outra só imersão, e mesmo há grupelho que só admite batismo em água corrente e sem cloro! Aqui e ali as fórmulas de batismo são tão variadas como as cores do arco-íris. Quer o sincero evangélico participar da Santa Ceia? Há seitas que consideram o pão apenas pão (pentecostais) outras que o pão é realmente o corpo de Cristo (Luteranos, Episcopais e outros). Uns a praticam com pão ázimo, outras com pão comum, aqui com vinho, lá com vinho e água, acolá com suco de uva. A Santa Ceia pode ser praticada diariamente, mensalmente, trimestralmente, semestralmente, anualmente ou não ser praticada nunca. Trata-se de ministérios ordenados? Esta seita constitui Bispos, presbíteros e diáconos. Àquela só presbíteros e pastores, alí pastores e anciãos, lá Bispos e anciãos, acolá presbíteros e diáconos, outras não admitem ministro nenhum. Umas igrejas ordenam mulheres, outras não. E por aí, atiram os evangélicos em todas as solfas quando o assunto é ministério ordenado.
Após a morte, o que espera o cristão? Pode um crente questionar seu pastor sobre isto? E as respostas colhidas entre as denominações seria tão rica e variada quanto a fauna e a flora. Há Pastor que prega que todos estarão inconscientes até a vinda de Cristo quando serão julgados; outros pregam o "arrebatamento" sem julgamento; outros, uma vida bem-aventurada aqui mesmo na terra; aqueles lá doutrinam que após a morte já vem o céu e o inferno; no outro quarteirão, se ensina que o inferno é temporário; opinam alguns que ele não existe; e tantas são as doutrinas sobre os novíssimos quanto os pastores que as pregam. Está cansado o fiel da esposa da sua juventude? Não tem importância, sempre encontrará uma seita a lhe abrir risonhamente as portas para um novo matrimônio. E de vez em quando não aparece um maluco aqui e ali aprovando a poligamia?
Lutero mesmo admitiu tal possibilidade: "Confesso, que não posso proibir tenha alguém muitas esposas; não repugna às Escrituras; não quisera porém ser o primeiro a introduzir este exemplo entre cristãos" ( Luthers M.., Briefe, Sendschreiben (...) De Wette, Berlin, 1825-1828, II. 259 ). Não há uma pesquisa nos Estados Unidos que demonstra que entre os critérios para um evangélico escolher sua nova igreja está o tamanho do estacionamento? Eis o que é hoje o protestantismo.
Vejamos neste passo a afirmação de Krogh Tonning famoso teólogo protestante norueguês, convertido ao catolicismo, que no século passado já afirmava: "Quem trará à nossa presença uma comunidade protestante que está de acordo sobre um corpo de doutrina bem determinado ? Portanto uma confusão (é a regra ) mesmo dentre as matérias mais essenciais" ( Le protest. Contemp., Ruine constitutionalle, p. 43 In I.R.C., Franca, L., pg 255. 7ª ed, 1953)
Mas o próprio Lutero que saiu-se no mundo com esta novidade da sola scriptura viveu o suficiente para testemunhar e confessar os malefícios que estas doutrinas iriam causar pelos séculos afora: "Este não quer o batismo, aquele nega os sacramentos; há quem admita outro mundo entre este e o juízo final, quem ensina que Cristo não é Deus; uns dizem isto, outros aquilo, em breve serão tantas as seitas e tantas as religiões quantas são as cabeças" (Luthers M. In. Weimar, XVIII, 547 ; De Wett III, 6l ). Um outro trecho selecionado, prova que o Patriarca da Reforma tinha também de quando em quando uns momentos de bom senso: "Se o mundo durar mais tempo, será necessário receber de novo os decretos dos concílios (católicos) a fim de conservar a unidade da fé contra as diversas interpretações da Escritura que por aí correm" ( Carta de Lutero à Zwinglio In Bougard, Le Christianisme et les temps presents, tomo IV (7), p. 289).

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

A Intercessão dos Santos:


Introdução
Desde os tempos apostólicos a Igreja ensina que os que morreram na amizade do Senhor, não só podem como estão orando pela salvação daqueles que ainda se encontram na terra. Tal conceito é conhecido como a intercessão dos santos.
A Doutrina
Sobre a doutrina da intercessão dos santos, o Catecismo da Igreja Católica ensina:
“Pelo fato que os do céu estão mais intimamente unidos com Cristo, consolidam mais firmemente a toda a Igreja na santidade… Não deixam de interceder por nós ante o Pai. Apresentam por meio do único Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, os méritos que adquiriram na terra… Sua solicitude fraterna ajuda, pois, muito a nossa debilidade.” (CIC 956)
Por tanto para a Igreja Católica, os santos intercedem por nós junto ao Pai, não pelos seus méritos, mas pelos méritos de Cristo Nosso Senhor, o único Mediador entre Deus e os homens.
Objeções
Os adeptos do fundamentalismo bíblico normalmente apresentam uma série de objeções à doutrina da intercessão dos santos. Neste artigo iremos confrontar as principais:
1a. objeção: Cristo é o único mediador entre Deus e os homens.
Esta é a principal objeção à doutrina da intercessão dos Santos. Os adeptos desta objeção fundamentam sua posição em 1 Tim 2,5 onde lemos: “Pois há um só Deus, e um só mediador entre Deus e os homens, um homem, Cristo Jesus”. Para eles, a Sagrada Escritura não deixa dúvidas de que só Jesus pode interceder pelos homens junto a Deus.
Se isto é verdade, por que São Paulo ensinaria que nós cristãos devemos dirigir orações a Deus em favor de outras pessoas? Vejam 1Tim 2,1: “Acima de tudo, recomendo que se façam súplicas, pedidos e intercessões, ações de graças por todos os homens, pelos reis e por todos os que estão constituídos em autoridade, para que possamos viver uma vida calma e tranqüila, com toda a piedade e honestidade.”
No exposto acima não está São Paulo nos pedindo para que sejamos intercessores (mediadores) junto a Deus por todas as pessoas da terra? Estaria então o Santo apóstolo se contradizendo? É claro que não. A questão é que a natureza da mediação tratada no versículo 1 é diferente da do versículo 5.
A mediação tratada em 1Tm 2,5 refere-se à Nova e Eterna Aliança. No AT a mediação entre Deus e os homens se dava através da prática da Lei. No NT, é Cristo que nos reconcilia com Deus, através de seu sacrifício na cruz. É neste sentido que Ele é nosso único mediador, pois foi somente através Dele que recuperamos para sempre a amizade com Deus, como bem foi exposto por São Paulo: “Assim como pela desobediência de um só homem foram todos constituídos pecadores, assim pela obediência de um só todos se tornarão justos.” (Rom 5,19)
Por tanto, a exclusividade da medição de Cristo refere-se à justificação dos homens. A mediação da intercessão dos santos é de outra natureza, referindo-se à providência de Deus em favor do nosso semelhante. Desta forma, o texto de 1Tm 2,5 dentro de seu contexto não oferece qualquer obstáculo à doutrina da intercessão dos santos.
2a. objeção: os santos não podem interceder por que após a morte não há consciência
Os defensores desta objeção usam como fundamento as palavras do Eclesiastes: “Com efeito, os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem mais nada; para eles não há mais recompensa, porque sua lembrança está esquecida.” (Ecl. 9,5) e ainda “Tudo que tua mão encontra para fazer, faze-o com todas as tuas faculdades, pois que na região dos mortos, para onde vais, não há mais trabalho, nem ciência, nem inteligência, nem sabedoria.” (Ecl. 9,10).
Já que a Bíblia é um conjunto coeso de livros, não podemos aceitar a doutrina da “dormição” ou “inconsciência” dos mortos simplesmente pelo fato de que há versículos claros na Sagrada Escritura que mostram que os mortos não estão nem “dormindo” e nem “inconscientes” (cf. Is 14, 9-10; 1Pd 3,19; Mt 17,3; Ap 5,8; Ap 7,10; Ap 6,10); o que faria alguém pensar que há contradições na Bíblia.
A questão é que os versículos citados do Eclesiastes não fazem referência a um estado mental dos mortos, mas sim ao infortúnio espiritual em que se encontram por causa do lugar onde estão. Os mortos os quais os textos se referem são aqueles que morreram na inimizade de Deus, e não a qualquer pessoa que morreu. Vejamos os versículos abaixo:
“Ignora ele que ali há sombras e que os convidados [da senhora Loucura] jazem nas profundezas da região dos mortos.” (Prov 9,18)
“O sábio escala o caminho da vida, para evitar a descida à morada dos mortos.” (Prov 15,24)
Os versículos acima mostram que a região dos mortos é um lugar de desgraça, onde são encaminhados os inimigos de Deus. Isto é ainda mais evidente em Prov 15,24. O sábio é aquele que guarda a ciência de Deus, este quando morrer não vai para a “morada dos mortos”. As expressões “morada dos mortos” ou “região dos mortos” fazem alusão a um lugar de desgraça, onde os inimigos de Deus estão privados da Sua Graça.
Voltando aos versículos do Eclesiastes, o escritor sagrado ao escrever que para os mortos “não há mais recompensa”, “não há mais trabalho, nem ciência, nem inteligência, nem sabedoria”, refere-se unicamente ao infortúnio que existe “na região dos mortos, para onde” eles vão. Eles quem? Os que estão mortos para Deus.
Por tanto, dentro de seu contexto, os versículos do Eclesiastes também não oferecem qualquer imposição à doutrina da intercessão dos santos.
3a. objeção: os santos não podem ouvir as orações dos que estão na terra porque não são oniscientes e nem onipresentes
São Paulo nos ensina que a Igreja é o corpo de Cristo . Desta forma, os que estão unidos a Cristo através de seu ingresso na Igreja, são membros do Seu corpo. Isso quer dizer que tantos nós que estamos na terra, como os que já morreram na amizade do Senhor, todos somos membros do Corpo Místico de Cristo, onde Ele é a cabeça. Vejam:
  • São Paulo ensina que a Igreja é corpo de Cristo: “Agora me alegro nos sofrimentos suportados por vós. O que falta às tribulações de Cristo, completo na minha carne, por seu corpo que é a Igreja.” (Col 1,24)
  • São Paulo ensina que somos membros do corpo de Cristo e por isto os cristãos estamos ligados uns aos outros: “assim nós, embora sejamos muitos, formamos um só corpo em Cristo, e cada um de nós é membro um do outro.” (Rom 12,5)
  • São Paulo ensina que Cristo é a cabeça do seu corpo que é a Igreja: “Ele é a Cabeça do corpo, da Igreja.” (Col 1,18)
Isso quer dizer que nós e os santos (que estão na presença de Deus) estamos ligados, pois somos membros de um mesmo corpo, o corpo de Cristo, que é a Igreja.
Assim como minha mão direita não pode se comunicar com a esquerda sem que esse comando tenha sido coordenado pela minha cabeça (caso contrário seria um movimento involuntário), da mesma forma, no Corpo de Cristo os membros não podem se comunicar sem que essa comunicação aconteça através da cabeça que é Cristo. Desta forma, quando nós pedimos para que os santos intercedam por nós junto a Deus (comunicação de um membro com o outro no corpo de Cristo), isso acontece através de Cristo. Assim como a nossa cabeça pode coordenar movimentos simultâneos entre os vários membros de nosso corpo, Cristo que é a cabeça da Igreja e é onisciente e onipresente possibilita a comunicação entre os membros do Seu corpo.
Por tanto, a falta de onipresença e onisciência dos santos não apresenta qualquer impedimento para que eles conheçam ou recebam nossos pedidos e então possam interceder por nós junto a Deus.
4aobjeção: nós não podemos dirigir nossa orações aos santos pois isto caracteriza evocação dos mortos que é severamente proibida na Bíblia.
Esta objeção baseia-se principalmente nos versículos abaixo:
“Não se ache no meio de ti quem pratique a adivinhação, o sortilégio, a magia, o espiritismo, a evocação dos mortos: porque todo homem que fizer tais coisas constitui uma abominação para o Senhor” (Dt 18, 9-14) (grifos nossos).
“Se uma pessoa recorrer aos espíritos, adivinhos, para andar atrás deles, voltarei minha face contra essa pessoa e a exterminarei do meio do meu povo. (…) Qualquer mulher ou homem que evocar espíritos, será punido de morte” (Lev 20, 6 – 27). (grifos nossos).
Conforme vimos, Deus abomina a evocação dos mortos. No entanto, há uma diferença tremenda entre evocar os mortos e dirigir nossos pedidos de orações aos santos.
A evocação dos mortos é caracterizada pelo pedido de que o espírito do defunto se apresente e então se comunique com os vivos como se ainda estivesse na terra. Esta prática é condenada por Deus, pois em vez de confiarmos na Providência Divina quanto ao futuro e às coisas que necessitamos, deseja-se confiar nas instruções dos espíritos. Conforme a Sagrada Escritura dá testemunho em I Samuel 28.
Na intercessão dos santos, não estamos pedindo que o santo se apresente para “bater um papo” a fim obter qualquer tipo de informação, mas sim, dirigimos a eles nossos pedidos de oração, como se estivéssemos enviando uma carta solicitando algo (o que é bem diferente de evocar mortos). Na intercessão dos santos continuamos confiando na Providência Divina, pois os santos são apenas mediadores. Quem atende aos nossos pedidos é Deus.
Desta forma, as proibições divinas quanto à prática de espiritismo não se aplicam à doutrina da intercessão dos santos.
5a. objeção: não há sequer uma única referência bíblica em relação à intercessão dos santos
Há diversos versículos bíblicos que mostram que os santos oram na presença de Deus. Vejamos:
“Quando abriu o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos homens imolados por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho de que eram depositários. E clamavam em alta voz, dizendo: Até quando tu, que és o Senhor, o Santo, o Verdadeiro, ficarás sem fazer justiça e sem vingar o nosso sangue contra os habitantes da terra? Foi então dada a cada um deles uma veste branca, e foi-lhes dito que aguardassem ainda um pouco, até que se completasse o número dos companheiros de serviço e irmãos que estavam com eles para ser mortos.” (Ap 6,9-11).
No trecho acima, os santos estão clamando a Deus por Justiça. Alguém poderia dizer: “mas eles estão intercedendo por eles mesmos e não pelos que ficaram na terra”. Ora, e o que impede que o façam pelos que estão na terra? São Paulo mesmo não recomenda que oremos pelos outros? (cf. 1Tm 2,1). Por alguma razão estariam os santos incapazes de continuarem orando pelos que estão na terra? Ora, alguém que esteja no seu juízo perfeito, há de convir que, o fato dos santos estarem na presença de Deus, não é motivo impeditivo para que intercedam pelos outros, muito pelo contrário, não há melhor lugar e momento para fazê-lo. Veja ainda:
“Os quatro viventes e os vinte e quatro anciões se prostraram diante do Cordeiro. Tinha cada um uma cítara e taças de ouro cheias de perfumes, que são as orações dos santos” (Ap 5,8). “A fumaça dos perfumes subiu da mão do anjo com as orações dos santos, diante de Deus.” (Ap 8,4).
Nos versículos acima os santos oram para Deus. Por que estariam orando, já que estão salvos e gozando da presença do Senhor? Oram em nosso favor, para que os que estão na terra também possam um dia estar com eles na presença do Senhor.
No livro do profeta Jeremias lemos:
“Disse-me, então, o Senhor: Mesmo que Moisés e Samuel se apresentassem diante de mim, meu coração não se voltaria para esse povo. Expulsai-o para longe de minha presença! Que se afaste de mim!” (Jr 15,1).
No tempo do profeta, ambos Moisés e Samuel estavam mortos. Que sentido teria este versículo caso não fosse possível que os dois intercedessem por Israel?
O Testemunho dos primeiros cristãos
Vejamos agora o que professava os cristãos no tempo em que não havia divisão na Cristandade, em relação à doutrina da intercessão dos santos:
“O Pontífice não é o único a se unir aos orantes. Os anjos e as almas dos juntos também se unem a eles na oração” (Orígenes, 185-254 d.C. Da Oração).
“Se um de nós partir primeiro deste mundo, não cessem as nossa orações pelos irmãos” (Cipriano de Cartago, 200-258 d.C. Epístola 57)
“Aos que fizeram tudo o que tiveram ao seu alcance para permanecer fiéis, não lhes faltará, nem a guarda dos anjos nem a proteção dos santos”. (Santo Hilário de Poitiers, 310-367 d.C).
“Comemoramos os que adormeceram no Senhor antes de nós: patriarcas, profetas, Apóstolos e mártires, para que Deus, por suas intercessões e orações, se digne receber as nossas.” (São Cirilo de Jerusalém, 315-386 d.C. Catequeses Mistagógicas).
“Em seguida (na Oração Eucarística), mencionamos os que já partiram: primeiro os patricarcas, profetas, apóstolos e mártires, para que Deus, em virtude de suas preces e intercessões, receba nossa oração” (São Cirilo de Jerusalém, 315-386 d.C. Catequeses Mistagógicas).
“Se os Apóstolos e mártires, enquanto estavam em sua carne mortal, e ainda necessitados de cuidar de si, ainda podiam orar pelos outros, muito mais agora que já receberam a coroa de suas vitórias e triunfos. Moisés, um só homem, alcançou de Deus o perdão para 600 mil homens armados; e Estevão, para seus perseguidores. Serão menos poderosos agora que reinam com Cristo? São Paulo diz que com suas orações salvara a vida de 276 homens, que seguiam com ele no navio [naufrágio na ilha de Malta]. E depois de sua morte, cessará sua boca e não pronunciará uma só palavra em favor daqueles que no mundo, por seu intermédio, creram no Evangelho?” (São Jerônimo, 340-420 d.C, Adv. Vigil. 6).
“Portanto, como bem sabem os fiéis, a disciplina eclesiástica prescreve que, quando se mencionam os mártires nesse lugar durante a celebração eucarística, não se reza por eles, mas pelos outros defuntos que também aí se comemoram. Não é conveniente orar por um mátir, pois somos nós que devemos encomendar suas orações” (Santo Agostinho, 391-430 d.C. Sermão 159,1)
“Não deixemos parecer para nós pouca coisa; que sejamos membros do mesmo corpo que elas (Santa Perpétua e Santa Felicidade) (…) Nós nos maravilhamos com elas, elas sentem compaixão de nós. Nós nos alegramos por elas, elas oram por nós (…) Contudo, nós todos servimos um só Senhor, seguimos um só Mestre, atendemos um só Rei. Estamos unidos a uma Cabeça; nos dirigimos a uma Jerusalém; seguimos após um amor, envolvendo uma unidade” (Santo Agostinho, 391-430 d.C. Sermão 280,6)
“Por vezes, é a intercessão dos santos que alcança o perdão das nossas faltas (1Jo 5,16; Tg 5,14-15) ou ainda a misericórdia e a fé” (São João Cassiano. 360-435 d.C. conferência 20).
Conclusão
Como pudemos ver, a doutrina da intercessão do santos, não é invenção do catolicismo (como pensam alguns), mas sim, uma legítima doutrina cristã, embasa tanto nas Sagradas Escrituras, quanto na Tradição Apostólica. Os primeiros cristãos jamais tiverem dúvidas quanto a ela (note que este tema jamais foi centro de disputas conciliares). Esta doutrina confirma o Amor de Deus para conosco e Seu plano de que sejamos uns para outros instrumentos deste Amor.